EUA, Reino Unido e Noruega consideram Sudão do Sul o mais corrupto
- 19/12/2025
Numa nota de imprensa publicada no 'site' do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América (EUA), referem que quando Juba assinou o "Acordo Revitalizado para a Resolução do Conflito no Sudão do Sul (R-ARCSS)" há sete anos, "esperava-se que [este] trouxesse a paz após os anos iniciais de independência do país terem sido marcados por conflitos, incluindo violência brutal contra civis".
No entanto, este acordo não foi cumprido, lamentam no comunicado, assinado pelos EUA, Reino Unido e Noruega, recordando nos termos do acordo "o Presidente [Salva] Kiir deveria estar a liderar um Governo de transição de unidade nacional", mas não houve "progressos significativos na implementação do acordo".
Os três países, que promoveram a assinatura do acordo, dizem que os recursos públicos sul-sudaneses continuam a ser mal utilizados: os salários dos funcionários públicos não estão a ser pagos e os doadores internacionais estão a gastar significativamente mais na prestação de serviços básicos ao povo do Sudão do Sul do que o próprio Governo de transição.
Por outro lado, frisam que o Sudão do Sul é agora "o mais pobre do mundo e o mais corrupto" e que o regime "continua a efetuar remodelações unilaterais desestabilizadoras, em vez de se concentrar em governar o país ou em preparar as eleições".
"O mais grave" é estar-se a assistir "a um regresso generalizado do conflito em todo o país", consideram ainda.
"Seria trágico para o povo do Sudão do Sul se víssemos um regresso aos níveis de violência de 2013 e 2016. Representaria também um grave revés para os vizinhos do Sudão do Sul, que já sofrem a influência desestabilizadora do conflito no Sudão [em guerra civil desde abril de 2023 e considerada a maior crise humanitária do mundo]", lê-se no comunicado.
"Para o bem do povo do Sudão do Sul e a bem da estabilidade regional, os líderes do Sudão do Sul devem mudar urgentemente de rumo", acabar com os seus ataques - nomeadamente aéreos - assim como libertar os presos políticos e utilizar as suas receitas para financiar setores como a educação e a saúde, aconselharam.
O Sudão do Sul, que se tornou independente do Sudão há 14 anos, viveu uma guerra civil entre 2013 e 2018, que fez pelo menos 400 mil mortos.
Os receios de um novo conflito aumentaram este ano depois de o vice-Presidente, Riek Machar, ter sido acusado em setembro de "crimes contra a humanidade", após ter sido detido, em março, por unidades leais ao Presidente Salva Kiir.
A violência que tem abalado o país desde então levou cerca de 300 mil sul-sudaneses a fugir, estimou a Organização das Nações Unidas em outubro, juntando-se a mais de dois milhões de deslocados internos, de acordo com a Oxfam.
O Sudão do Sul também acolhe mais de um milhão de pessoas que fugiram aos conflitos no Sudão, segundo a ONG.
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