EUA. Ex-polícia acusado de morte de mulher que ligou ao 911 a pedir ajuda
- 29/10/2025
Um ex-delegado do Gabinete do Xerife do Condado de Sangamon, no estado norte-americano do Illinois, foi considerado culpado da morte de Sonya Massey, uma mulher negra que ligou para os serviços de emergência a pedir ajuda. Segundo a imprensa local, Sean Grayson, de 31 anos, foi condenado por um júri e enfrenta até 20 anos de prisão.
O incidente remonta à madrugada de 6 de julho de 2024, quando Grayson e outro polícia responderam a uma ocorrência e deslocaram-se até casa de Massey, em Springfield, após a mulher ter ligado para o 911, o equivalente ao 112 em Portugal, para denunciar a presença de um intruso na sua habitação.
Já no local, Grayson acabou por balear a mulher, de 36 anos, após uma discussão sobre a forma como estava a manusear uma panela de água a ferver. Em tribunal, o ex-polícia e a sua defesa argumentaram que temia que Massey o queimasse com a água.
O vídeo da 'bodycam' do outro polícia, identificado como Dawson Farley, mostra Massey, que lutava contra problemas de saúde mental, a dizer aos polícias: "Não me machuquem" e "Por favor, Deus".
A certa altura, Grayson viu a panela no fogão e ordenou que a mulher a retirasse. Depois, os dois brincaram sobre a forma como o polícia se afastou da "água quente e fumegante" e Massey respondeu: "Eu repreendo-te em nome de Jesus".
Os dois polícias sacaram as armas e gritaram para Massey largar a panela. Durante o interrogatório, Grayson disse aos investigadores que achou que a "repreensão" significava que a mulher pretendia matá-lo e, na confusão que se seguiu, disparou três tiros. Massey foi atingida debaixo do olho e morreu no local.
"Ela está acabada. Podes ir buscá-la, mas foi um tiro na cabeça", disse Grayson a Farley após o tiroteio. "Não há nada que possas fazer".
O ex-polícia foi inicialmente acusado de homicídio em primeiro grau, um crime punível com pena de prisão de 45 anos a perpétua. No entanto, após um julgamento de sete dias, o júri considerou que em causa estava um homicídio em segundo grau, que se aplica quando o réu enfrenta uma "provocação grave" ou acredita que a sua ação é justificada, explica a agência de notícias The Associated Press (AP).
Agora, Grayson enfrenta uma pena de quatro a 20 anos com redução de pena por bom comportamento. Pode também ser condenado a liberdade condicional e evitar completamente a prisão. A sentença está marcada para 29 de janeiro de 2026.
Segundo a AP, a família de Massey, com a assistência do advogado de direitos civis Ben Crump, também chegou a acordo num processo contra o condado no valor de 10 milhões de dólares (cerca de 8,6 milhões de euros).
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