Estudo: Mais de 2/3 das mulheres jornalistas enfrentam violência online

  • 09/12/2025

O relatório, intitulado 'Tipping Point' -- que se pode traduzir como um limiar crítico em que uma pequena alteração desencadeia uma mudança maior, muitas vezes irreversível e significativa num sistema, como um ecossistema, clima ou tendência social, fazendo com que ele se reorganize num novo estado --, centra-se numa escalada da violência dirigida a estas mulheres paralelamente ao crescimento das redes sociais e da inteligência artificial, e baseia-se em contributos de mais de 6.900 defensoras de direitos humanos, jornalistas e ativistas de 119 países.

 

O estudo da ONU Mulheres, a agência das Nações Unidas que promove os direitos das mulheres, a igualdade de género e o empoderamento de mulheres e raparigas, segue-se a um relatório semelhante da agência cultural e educativa da ONU, a UNESCO, publicado em 2021, que já alertava para este problema.

"A violência 'online' contra mulheres tornou-se uma crise global crescente. O que começa num ecrã pode rapidamente alimentar assédio, intimidação e até causar danos no mundo real", refere a ONU Mulheres.

Quase 41% das inquiridas afirmaram ter sofrido ataques, abusos ou assédio offline que relacionam com violência online, incluindo agressões físicas ou sexuais, perseguição, assédio verbal e 'swatting', uma tática que consiste em levar as autoridades a deslocarem-se a uma morada com base em denúncias falsas de violência.

Segundo o estudo, elaborado com parceiros como a Comissão Europeia, as mulheres escritoras, influenciadoras e criadoras de conteúdos nas redes sociais que se dedicam aos direitos humanos são as mais afetadas por este tipo de violência online, potenciada pelo recurso a novas ferramentas, como imagens 'deepfake' ou conteúdos manipulados.

A investigadora principal, Julie Posetti, afirmou que o número de casos de danos reais associados à violência online contra mulheres jornalistas mais do que duplicou nos últimos cinco anos, com 42% das participantes em 2025 a identificarem "esta trajetória perigosa e potencialmente mortal".

As autoras do estudo apelam para leis mais robustas e a uma melhor monitorização para identificar violência contra mulheres ligada à tecnologia, a uma maior responsabilização das empresas tecnológicas e ao reforço dos esforços para amplificar as vozes de homens e outros aliados que denunciem estas práticas.

"Mulheres que defendem os nossos direitos humanos, fazem jornalismo ou lideram movimentos sociais estão a ser alvo de abusos concebidos para envergonhar, silenciar e afastá-las do debate público", afirmou Sarah Hendricks, diretora de políticas da ONU Mulheres. 

"Cada vez mais, estes ataques não ficam pelo ecrã -- acabam à porta de casa das mulheres", frisou Hendricks.

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FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2901620/estudo-mais-de-23-das-mulheres-jornalistas-enfrentam-violencia-online#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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