Diplomatas da Tailândia e do Camboja negociam reforço da paz com a China
- 28/12/2025
O acordo de cessar-fogo prevê o fim de semanas de combates ao longo da fronteira contestada, que já fizeram mais de 100 mortos e mais de meio milhão de deslocados em ambos os países.
O ministro dos Negócios Estrangeiros tailandês, Sihasak Phuangketkeow, e o seu homólogo cambojano, Prak Sokhonn, reuniram-se na província de Yunnan, no sudoeste da China, para negociações mediadas pelo homólogo chinês, Wang Yi.
A China tem procurado posicionar-se como mediadora na crise, juntamente com os Estados Unidos e a Malásia.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, que ameaçou suspender os privilégios comerciais caso a Tailândia e o Camboja não concordassem com um cessar-fogo em julho, sugeriu hoje que os combates entre a Tailândia e o Camboja "cessarão momentaneamente" e afirmou que os Estados Unidos "se tornaram as verdadeiras Nações Unidas".
Numa publicação na sua rede social, feita a partir da sua propriedade em Mar-a-Lago, na Florida, onde passou as férias de inverno, Trump escreveu que ambos os lados "voltarão a viver em paz" e fez referência aos seus comentários anteriores sobre o ter ajudado a intermediar um cessar-fogo que, em grande parte, não se manteve.
"Quero felicitar ambos os grandes líderes pela sua brilhante capacidade de chegar a esta conclusão rápida e muito justa. Foi rápido e decisivo, como todas estas situações deveriam ser!", escreveu Trump.
As negociações na China visam garantir um cessar-fogo sustentado e promover uma paz duradoura entre os dois países, de acordo com um comunicado do gabinete de Sihasak.
Wang tinha agendado reuniões bilaterais com cada um dos diplomatas e uma reunião trilateral na segunda-feira.
A China saudou o anúncio do cessar-fogo, que congela as linhas da frente e permite que os civis deslocados regressem às suas casas perto da fronteira.
"A China está pronta para continuar a fornecer a plataforma e criar as condições para que o Camboja e a Tailândia tenham uma comunicação mais completa e detalhada", referiu um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.
O acordo de cessar-fogo inclui um período de observação de 72 horas, no final do qual a Tailândia aceitou repatriar 18 soldados cambojanos que mantinha como prisioneiros desde os confrontos de julho. A sua libertação era uma das principais exigências do lado cambojano.
Prak Sokhonn, num comunicado após o seu encontro com Wang, expressou profunda gratidão pelo "papel vital" da China no apoio ao cessar-fogo.
A China anunciou ainda 20 milhões de yuans (2,8 milhões de dólares) em ajuda humanitária de emergência para o Camboja, destinada a auxiliar os deslocados.
O primeiro lote de ajuda chinesa, incluindo alimentos, tendas e cobertores, chegou ao Camboja no domingo, escreveu Wang Wenbin, embaixador chinês no Camboja, na rede social Facebook.
Sihasak disse hoje esperar que os encontros transmitissem à China a mensagem de que esta deveria tanto apoiar um cessar-fogo sustentável como enviar um sinal ao Camboja contra o retomar do conflito ou a tentativa de criar novos focos de violência.
"A Tailândia não vê a China meramente como mediadora no nosso conflito com o Camboja, mas deseja que a China desempenhe um papel construtivo para garantir um cessar-fogo sustentável, enviando sinais nesse sentido também ao Camboja", disse.
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