Descoberto naufrágio de barco com cerca de 2.000 anos em Alexandria
- 10/12/2025
O casco da embarcação, com mais de 35 metros de comprimento e cerca de sete metros de largura, jazia nas profundezas do porto da ilha real de Antirhodos, agora submersa, segundo um comunicado do instituto sediado em Alexandria.
"Grafites gregos, encontrados na trave central da quilha, podem ser datados da primeira metade do século I d.C. Isto reforça a hipótese de que o barco foi construído em Alexandria", época em que a ilha real ainda albergava um palácio e um templo dedicado à deusa egípcia Ísis, de acordo com a mesma fonte.
Este barco, um thalamegio, "teria uma cabine luxuosamente decorada e parece ter sido movido exclusivamente a remos", especificou o Instituto.
Na nota de imprensa, a instituição sublinhou que "as mais famosas destas barcaças de recreio eram os gigantescos palácios flutuantes dos Ptolomeus", uma dinastia helenística.
Cleópatra usou uma delas "para mostrar a Júlio César as maravilhas do Egito na primavera de 47 a.C.", acrescentou.
Franck Goddio, diretor do IEASM (Instituto de Estudos Arqueológicos de Alexandria), publicou recentemente um estudo detalhado sobre a ilha real e o seu grande templo, baseado em escavações subaquáticas realizadas por arqueólogos mergulhadores desde a década de 1990.
Ao longo dos anos, colunas, estátuas, moedas e outros tesouros submersos por um terramoto foram recuperados das profundezas e alguns estão agora expostos no Museu Greco-Romano de Alexandria, que reconta o opulento período antigo deste grande porto mediterrânico.
A investigação que se avizinha sobre o casco do thalamegio "promete ser uma viagem fascinante pela vida, religião, luxo e prazeres desfrutados nas vias navegáveis do antigo Egito romano", salientou o instituto.
Parcialmente submersa na antiguidade, a cidade de Alexandria está entre as áreas mais vulneráveis às alterações climáticas e à subida do nível do mar.
Mesmo no cenário mais otimista elaborado pela ONU, um terço de Alexandria estará submerso ou inabitável em 2050.
Leia Também: Pompeia e parede inacabada dão mais pistas sobre betão na Roma Antiga
