Cinco homens condenados em Londres por incêndio criminoso ligado à Rússia

  • 24/10/2025

"Este crime fazia parte de uma série de operações de sabotagem à escala europeia", afirmou o procurador público Duncan Penny, que referiu uma "campanha sustentada de terrorismo e sabotagem em solo britânico, realizada em apoio a uma potência estrangeira, a Federação Russa, e à guerra de agressão contra a Ucrânia".

 

As sentenças, de entre sete e 17 anos de prisão, foram as primeiras impostas por um tribunal britânico por violação da Lei de Segurança Nacional, introduzida em 2023 para lidar com ameaças de Estados estrangeiros, incluindo espionagem e sabotagem. 

Dylan Earl, de 21 anos, e o Jake Reeves, 23, foram condenados a 17 e 12 anos de prisão, respetivamente. 

O chefe da Polícia Antiterrorista de Londres, comandante Dominic Murphy, afirmou que os dois "atuaram voluntariamente como agentes hostis em nome do Estado russo".

Nii Mensah, de 23 anos, Jakeem Rose, 23, e Ugnius Asmena, 20, não sabiam que estavam a trabalhar para a Rússia, pelo que foram condenados a nove, oito e a sete anos de prisão, respetivamente, por incêndio criminoso agravado.

Um outro réu, Ashton Evans, de 20 anos, foi condenado a nove anos de prisão por não revelar informações sobre atos terroristas.

O incêndio num armazém no leste de Londres causou um milhão de libras (1,14 milhões de euros) em danos a um casal ucraniano que enviava dispositivos de comunicação por satélite StarLink para a Ucrânia para uso das forças armadas ucranianas.

O casal também é proprietário de uma empresa nos arredores de Madrid incendiada 10 dias após o ataque em Londres, adiantou um agente da unidade de antiterrorismo da Polícia Metropolitana no tribunal.

"O método utilizado, a hora da noite, a época do ano e a empresa visada sugerem fortemente que os dois incidentes (...) podem estar relacionados", disse o agente, num testemunho lido pelo procurador durante o julgamento no Tribunal Criminal Central de Londres.

Dylan Earl terá sido recrutado pela Internet, comunicando pela rede social Telegram com Privet Bot, uma conta que publicou várias vezes num canal do Telegram ligado ao Grupo Wagner, pedindo que as pessoas se juntassem à batalha contra o Ocidente. 

Na sexta-feira, a Polícia Metropolitana divulgou uma imagem de Earl a segurar o passaporte para confirmar a identidade a Privet Bot, que provavelmente estava ligado aos serviços secretos russos, de acordo com o tribunal.

O recrutador e Earl comunicavam predominantemente em russo, com Earl a recorrer à plataforma Google para traduzir.

Durante o julgamento, foram mostradas ao júri mensagens em que Earl e os cúmplices falavam em incendiar negócios em Londres pertencentes a Evgeny Chichvarkin, um magnata russo que fornecia equipamento à Ucrânia, e em raptá-lo.

O tribunal ouviu como Earl também tentou pagar a alguém identificado como um soldado britânico por informações para o Grupo Wagner, uma organização paramilitar cujas operações foram assumidas pelo Ministério da Defesa da Rússia em 2023.

Earl também falou em incendiar um armazém na República Checa, um dia após o incêndio criminoso em Londres, sequestrar outro multimilionário para fins de extorsão e a necessidade de recolher dados de cartões bancários de residentes europeus.

A polícia britânica adiantou que nos últimos anos tem aumentado significativamente o número de investigações relacionadas com ameaças contra o Estado, e que o uso de intermediários "é uma nova tática preferida por Estados hostis, como a Rússia".

"Para qualquer pessoa tentada a realizar atividades criminosas semelhantes, seja por motivos financeiros ou ideológicos, as longas penas de prisão aplicadas neste caso devem servir como um forte aviso sobre as graves consequências de cometer crimes em nome de um país estrangeiro", avisou Murphy.

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FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2876631/cinco-homens-condenados-em-londres-por-incendio-criminoso-ligado-a-russia#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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