Chefe do Estado-Maior israelita pede "investigação" sobre 7 de outubro
- 11/11/2025
A comissão nacional de inquérito teria como objetivo apurar responsabilidades no fracasso das autoridades isralelitas em prevenir o ataque mais mortífero, ocorrido até agora em Israel.
O tenente-general Eyal Zamir fez este pedido após a publicação do relatório de um comité de peritos mandatado por si, marcando o fim das investigações no seio do exército sobre as falhas que conduziram à tragédia de 7 de outubro de 2023.
Este relatório "marca uma etapa importante para a compreensão global de que necessitamos, enquanto sociedade e enquanto organização", declarou o general Zamir, segundo um comunicado publicado pelo exército. "No entanto, para garantir que tais falhas nunca mais se repitam (...) é agora necessária uma investigação sistémica ampla e completa", acrescentou.
Apesar das sondagens mostrarem que uma larga maioria de israelitas, independentemente das suas tendências políticos apoiam a criação de uma comissão nacional de inquérito sobre o 7 de outubro, o governo do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu opõe-se.
De acordo com a lei israelita, a decisão de criar uma comissão nacional de inquérito cabe ao governo, e cabe ao Tribunal Supremo nomear os seus membros.
No entanto, o governo Netanyahu, formado em dezembro de 2022, um dos mais à direita da história de Israel, acusa esta instituição de ser politicamente tendenciosa e inclinada para a esquerda.
O enfraquecimento dos poderes do Tribunal Supremo - apresentado pelo executivo como um reequilíbrio necessário dos poderes - estava no centro do projeto de reforma da justiça promovido pelo governo, que profundamente dividiu a sociedade israelita antes de eclodir a guerra, desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islâmico palestiniano Hamas, a 7 de outubro de 2023.
Interpelado pela oposição a pronunciar-se sobre a questão, Netanyahu reiterou hoje perante os deputados que era contra a criação de uma comissão nacional de inquérito, que, segundo ele, seria uma "ferramenta política" nas mãos dos seus adversários.
O primeiro-ministro sugeriu antes a criação de uma comissão de inquérito "com um amplo acordo nacional", com base no modelo que os Estados Unidos seguiram após o 11 de setembro. Uma proposta que foi imediatamente rejeitada pela oposição.
O ataque de 07 de outubro de 2023 causou a morte de 1.221 pessoas do lado israelita, na sua maioria civis, segundo um cálculo da agência de notícias francesa AFP, baseado em dados oficiais.
Desde então, mais de 69.179 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza pela campanha militar de represália israelita, maioritariamente civis, segundo o ministério da Saúde de Gaza, sob autoridade do Hamas.
O ministério, cujos números são considerados fiáveis pela ONU, não especifica o número de combatentes mortos neste total.
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