Chefe da junta militar declarado vencedor das presidenciais na Guiné-Conacri

  • 31/12/2025

A Direção Geral de Eleições (DGE) do Ministério da Administração Territorial da Guiné-Conacri disse que Doumbouya tinha obtido 86,72% dos votos apurados até terça-feira à noite.

 

Antes da votação de domingo, os analistas previam que uma oposição enfraquecida, nomeadamente pela exclusão dos principais rivais, resultaria na vitória de Doumbouya, que tinha pela frente oito concorrentes pouco conhecidos.

A oposição tinha apelado ao boicote desta votação, organizada mais de quatro anos após o golpe de Estado de setembro de 2021 que derrubou o ex-Presidente Alpha Condé, que estava no poder desde 2010.

Yéro Baldé, antigo ministro da Educação no governo de Condé, ficou num distante segundo lugar com 6,51% dos votos. A DGE garantiu que 80,95% dos cerca de 6,8 milhões de eleitores inscritos votaram no domingo.

Na segunda-feira, a Frente Nacional para a Defesa da Constituição, um movimento cidadão, reclamou o regresso dos civis ao poder, questionando a elevada participação anunciada pela DGE e indicando que a "maioria dos guineenses optou por boicotar a farsa eleitoral" organizada pela junta.

No final de setembro, os guineenses aprovaram uma nova Constituição num referendo ao qual a oposição apelou ao boicote, mas cuja participação oficial foi de 91%.

A nova Constituição, que autoriza os membros da junta a candidatarem-se às eleições, abriu caminho para a candidatura de Doumbouya. Também aumentou de cinco para sete anos a duração do mandato presidencial, renovável uma vez.

Desde a independência em 1958, a Guiné-Conacri tem vivido uma história complexa, marcada por regimes militares e autoritários.

Apesar de o país ser rico em minerais, mais de metade da população vive abaixo do limiar da pobreza, de acordo com dados do Banco Mundial para 2024.

O megaprojecto de minério de ferro de Simandou, com uma participação chinesa de 75% no maior depósito de ferro do mundo, tem sido o ponto focal da revitalização infra-estrutural e económica da junta militar.

A produção no local começou em novembro, após décadas de atraso. As autoridades apostam que o projeto criará milhares de empregos e abrirá investimentos noutros setores, incluindo a educação e a saúde.

A Guiné-Conacri é um dos vários países da África Ocidental que sofreram um golpe de Estado ou uma tentativa de golpe desde 2020. Os militares aproveitaram o descontentamento popular com a deterioração da segurança, economias fracas ou eleições contestadas para tomar o poder.

Desde novembro, também a vizinha Guiné-Bissau e o Benim passaram por golpes de Estado.

Leia Também: Resultados na Guiné-Conacri dão vitória ao chefe da junta militar

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2911801/chefe-da-junta-militar-declarado-vencedor-das-presidenciais-na-guine-conacri#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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