Cabo Verde promete estabilizar eletricidade (respondendo a críticas)
- 29/10/2025
"Estamos cientes dos elevados prejuízos e incómodos que os cortes de eletricidade provocam nas pessoas, nas empresas e em outras organizações" e "medidas continuam a ser tomadas para estabilizar e normalizar o serviço de eletricidade", referiu Ulisses Correia e Silva, no parlamento.
A par dos "trabalhos de recuperação dos grupos geradores, estão em curso ações de investigação técnica, criminal e cibernética às avarias na Central de Palmarejo, face à situação anormal de ocorrências", acrescentou o também líder do Movimento para a Democracia (MpD).
Clóvis Silva, líder parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), principal partido da oposição, pediu datas concretas e responsabilização política pelo sucedido.
Segundo referiu, os apagões não são "acidente", mas "resultado de uma governação mal planeada" e sem manutenção de equipamentos.
Em resposta, Ulisses Correia e Silva referiu que "os geradores têm um prazo de vida longa" e que "as manutenções estavam a ser realizadas".
O tema da manutenção continuou em pingue-pongue, com os deputados do PAICV, Janira Hopffer Almada e Clóvis Silva, a fazerem alusão a mensagens internas nas empresas de eletricidade "proibindo manutenções preventivas por problemas financeiros", disse o líder parlamentar da oposição.
Mas, do lado da bancada do MpD, o deputado Alberto Mello apontou para os documentos e relatórios disponibilizados ao parlamento que apontam para o cumprimento das manutenções, enquanto Luís Carlos Silva assinalou a atribuição de cerca de nove milhões de euros para o efeito, em dois anos.
António Monteiro, deputado da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), apelou ao Governo para que aposte na qualificação do pessoal técnico do setor para cumprir as manutenções em conformidade e questionou se foi dada atenção à redução de potência, desde 2023, ou se houve recursos para a manutenção.
O líder do Governo detalhou que "as avarias aconteciam a uma média de cinco a oito vezes por ano", mas em 2025, "de uma forma muito concentrada, a partir do segundo semestre, passou para 30: é anormal e é isto que está a ser investigado".
O setor tem um plano diretor (2018-2040) "a longo prazo", com aval de parceiros e investidores que identificam oportunidades, acrescentou -- dando como exemplo os apoios contratados com o programa Global Gateway da União Europeia (UE) --, apontando para as metas de 35% da eletricidade ser gerada por fontes renováveis, em 2026, e 50% até 2030.
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