Bruxelas vai acautelar "ventos contrários consideráveis" nas estimativas do PIB
- 12/11/2025
Antes de a Comissão Europeia divulgar, na próxima segunda-feira, as previsões económicas regulares de outono, Valdis Dombrovskis afirmou que "a economia da área do euro está a apresentar um desempenho mais forte em 2025 do que o anteriormente esperado e continua a gerar crescimento" do Produto Interno Bruto (PIB).
"No entanto, enfrentamos ventos contrários consideráveis e não podemos ser complacentes", avisou, falando em conferência de imprensa após a reunião dos ministros das Finanças do euro (Eurogrupo), em Bruxelas.
Valdis Dombrovskis destacou o "contexto de elevada incerteza devido às tensões geopolíticas e comerciais", como entre Estados Unidos e China, assim como os "desequilíbrios macroeconómicos globais".
As previsões económicas de outono da Comissão Europeia surgem num contexto de grande incerteza, tanto externa como interna, para as economias comunitárias.
Entre os principais fatores condicionantes estão a persistência da inflação subjacente e a política monetária restritiva do Banco Central Europeu, que continua a afetar o investimento e o consumo privado.
A evolução dos preços da energia - fortemente dependente da situação geopolítica no Médio Oriente e da guerra na Ucrânia - é outro elemento crítico, assim como os receios relacionados com o comércio mundial, o abrandamento da economia alemã e as tensões orçamentais em vários países da zona euro como em França.
Quanto a Portugal, o Governo destacou hoje o "bom momento" da economia portuguesa, que espera ver refletido nas previsões da Comissão Europeia que serão divulgadas na segunda-feira, falando numa "execução orçamental bastante robusta" com excedente este ano e no próximo.
"Nós tivemos, em sede [do Ministério] das Finanças e a Comissão Europeia, [...] as reuniões técnicas normais que antecedem sempre as previsões da Comissão, sejam elas as de primavera ou agora as de outono. Eu salientaria que a economia portuguesa está a mostrar um dinamismo muito significativo", disse Joaquim Miranda Sarmento, falando à chegada para a reunião do Eurogrupo, em Bruxelas.
De acordo com o ministro, "a economia portuguesa está num bom momento".
"Na semana passada conhecemos os números do emprego e dos salários, com um crescimento muito forte do emprego até setembro, um crescimento ainda mais significativo dos salários e, portanto, dos rendimentos reais dos portugueses".
Além disso, "a execução orçamental que conhecemos até setembro mostra também [...] uma execução orçamental bastante robusta e, portanto, nós estamos confiantes de que quer este ano, quer no próximo ano, teremos superávites", adiantou Joaquim Miranda Sarmento.
Nas mais recentes previsões económicas, as de primavera divulgadas em maio passado, o executivo comunitário estimou que Portugal tenha um excedente orçamental de 0,1% do PIB este ano, que se transformará num défice de 0,6% em 2026.
Ao mesmo tempo, a instituição reviu em baixa as previsões para o crescimento da economia portuguesa este ano, para 1,8%, estando confiante de que o PIB vai crescer 2,2% em 2026.
Quanto à zona euro, a Comissão Europeia reviu significativamente em baixa o crescimento económico da zona euro para este ano, de 1,3% para 0,9%, estimando que o PIB seja afetado pelas tarifas norte-americanas e a incerteza comercial.
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