Ativistas exigem libertação imediata da Nobel da Paz Narges Mohammadi
- 15/12/2025
Num comunicado divulgado pela Fundação Narges, com sede em Paris e administrada pela família da ativista, que recebeu o Nobel da Paz em 2023, os signatários pedem a libertação de "todos os presos políticos, defensores da liberdade e dos direitos humanos" e, em particular, dos detidos durante o funeral do advogado Khosrow Alikordi.
A declaração afirma que as detenções refletem "o preocupante estado da liberdade e da segurança" no país e denunciam a "ineficiência e a falta de responsabilização das autoridades iranianas".
Segundo os ativistas, as detenções não resultam de perturbação da ordem pública, mas integram "um processo contínuo de restrição deliberada da sociedade civil" e de silenciamento de vozes que defendem "a autodeterminação, a dignidade humana e uma transição pacífica do jugo da tirania".
Os signatários, entre os quais os cineastas reconhecidos internacionalmente Jafar Panahi e Mohammad Rasoulof, a defensora dos direitos humanos Sedigheh Vasmaghi e o dirigente político Mostafa Tajzadeh, responsabilizam o Governo iraniano por qualquer dano infligido aos detidos.
As autoridades iranianas informaram que 39 pessoas foram detidas durante a cerimónia, por alegado "comportamento que violou as normas".
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram Mohammadi a entoar "Viva o Irão", enquanto outros participantes gritavam 'slogans' contra a República Islâmica.
Após ter sido levada, na sexta-feira passada, a ativista manteve-se em paradeiro desconhecido até domingo à noite, quando fez uma breve chamada telefónica com um irmão.
De acordo com a Fundação Narges, Mohammadi comunicou à família ter sido "brutalmente espancada" com bastões na cabeça e no pescoço, tendo sido hospitalizada duas vezes.
A ativista afirmou ainda que recebeu ameaças de morte e que foi acusada de "colaborar com o Estado de Israel", um crime punível com a pena capital.
A Nobel da Paz de 2023, atualmente com 53 anos, estava em liberdade condicional e denunciou no final de novembro ter sido proibida permanentemente de deixar o país, impedindo-a de visitar os filhos, que não vê há 11 anos.
Mohammadi estivera fora da prisão por razões de saúde durante o último ano, após terem sido suspensas parte das penas que cumpria desde 2021.
No total, Mohammadi foi detida 13 vezes, condenada em nove processos e passou mais de uma década atrás das grades, enfrentando penas superiores a 13 anos por acusações como "propaganda contra o Estado" e "conspiração contra a segurança nacional".
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