Assaltantes do Louvre não foram apanhados por "mais ou menos 30 segundos"
- 10/12/2025
Os quatro assaltantes que roubaram oito joias do século XIX do Museu do Louvre, em Paris, em outubro, escaparam à polícia por apenas 30 segundos devido a falhas de segurança que, segundo uma investigação, eram evitáveis.
De acordo a investigação ordenada pelo Ministério da Cultura francês, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP), só uma das duas câmaras de segurança estava a funcionar ao pé do local usado pelos intrusos para invadir o Museu do Louvre.
Além disso, os agentes na sala de controlo de segurança não tinham ecrãs suficientes para acompanhar as imagens em tempo real e a falta de coordenação fez com que a polícia fosse inicialmente enviada para o local errado assim que o alarme foi disparado.
"Isso destaca uma falha geral do museu, bem como da sua autoridade supervisora, em lidar com questões de segurança", destacou o presidente da Comissão de Cultura do Senado francês, Laurent Lafon, esta quarta-feira.
Já o chefe da investigação, Noel Corbin, disse aos senadores, durante uma audiência, que "em mais ou menos 30 segundos, os seguranças da Securitas (segurança privada) ou os agentes da polícia num carro poderiam ter impedido os ladrões de fugir".
Segundo Corbin, o assalto teria sido evitado se o Museu do Louvre tivesse um sistema de videovigilância, vidros mais resistentes ou uma melhor coordenação interna.
Também o chefe da polícia francesa Guy Tubiana, consultor de segurança do Ministério da Cultura que participou da investigação, disse aos senadores que ficou "chocado" com o que descobriu no museu.
"Houve uma sucessão de falhas que levaram à catástrofe, mas eu nunca teria imaginado que o Louvre pudesse ter tantas falhas", disse ele.
Joias, avaliadas em 88 milhões de euros, ainda não foram recuperadas
Em 19 de outubro, o Louvre foi vítima de "um espetacular roubo", durante o dia, quando um comando de quatro elementos entrou no edifício através de um elevador móvel colocado no Sena, tendo roubado oito joias do século XIX, avaliadas em 88 milhões de euros, incluindo a tiara da imperatriz Eugénia, mulher de Napoleão III, incrustada com cerca de 2.000 diamantes.
Os quatro membros do comando que cometeu o roubo foram detidos, mas as joias e os autores morais do crime continuam desaparecidas.
Funcionários do Louvre em greve por "falta de recursos"
Segundo anunciou na segunda-feira a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT), os funcionários do Museu do Louvre vão fazer uma "greve renovável" a partir de dia 15, em protesto contra condições de trabalho degradadas e recursos insuficientes.
A greve tem como objetivo denunciar "as condições de trabalho" e "a falta de recursos", segundo fontes sindicais citadas pela AFP. A agência espanhola EFE atribui ainda a convocação da greve ao roubo das joias da coroa da França.
O anúncio da convocatória surgiu um dia depois de se ter sabido que, em 27 de novembro, várias centenas de livros antigos ficaram danificados devido a uma inundação causada pela avaria de algumas tubagens na biblioteca de antiguidades, cujo estado de degradação era conhecido.
A viver momentos turbulentos desde o roubo das joias da coroa, em 17 de novembro, o Louvre fechou também um espaço de escritórios e uma galeria de antiguidades egípcias localizada abaixo, após detetados problemas de fragilidade em algumas das vigas dessa área do complexo e de ter sofrido inundações que danificaram várias centenas de obras da biblioteca de Antiguidades Egípcias.
Obras e documentos antigos do Museu do Louvre danificados após inundação
Várias obras de arte e documentos antigos do Museu do Louvre, em Paris, ficaram danificados na sequência de uma inundação, na biblioteca de antiguidades egípcias, provocada pelo rompimento de um cano, em 27 de novembro.
Lusa | 15:35 - 07/12/2025
