Arsenal nuclear? Testes são essenciais para bom funcionamento, diz Vance
- 31/10/2025
"Temos um grande arsenal, obviamente. Os russos têm um grande arsenal nuclear. Os chineses têm um grande arsenal nuclear. Por vezes, é preciso testá-lo para garantir que está a funcionar corretamente", destacou Vance, em declarações aos jornalistas na Casa Branca.
"Para sermos claros, sabemos que está a funcionar corretamente, mas é preciso garantir isso ao longo do tempo", acrescentou.
Donald Trump revelou na quarta-feira na sua plataforma, a Truth Social, que, "por causa dos programas de testes conduzidos por outros países", tinha pedido ao Pentágono "que começasse a testar as nossas armas nucleares em igualdade de circunstâncias".
As suas declarações referiam-se explicitamente à China e à Rússia e surgiram após uma série de anúncios de Vladimir Putin sobre o desenvolvimento de novas armas nucleares russas e causaram perplexidade em todo o mundo, uma vez que o presidente norte-americano se manteve ambíguo sobre a natureza dos testes que pretendia ordenar.
"Penso que a publicação na Truth do presidente fala por si", vincou ainda J.D. Vance, sem desfazer essa ambiguidade.
Trump reivindicou ainda a supremacia do seu país, declarando que os Estados Unidos "possuem mais armas nucleares do que qualquer outro país".
Esta afirmação foi refutada pelo Instituto Internacional de Investigação da Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês), uma das principais autoridades no assunto, que afirma que a Rússia tem 4.309 ogivas nucleares implantadas ou armazenadas, em comparação com 3.700 dos Estados Unidos e 600 da China.
Estes números não incluem ogivas que aguardam desmantelamento ou destruição.
Donald Trump não especificou a natureza dos testes, mas Washington é signatário do Tratado de Proibição Completa de Ensaios Nucleares (CTBT), e a detonação de ogivas constituiria uma violação flagrante do tratado.
Estas declarações surgem em resposta a uma série de anúncios recentes do Presidente russo, Vladimir Putin. No domingo, celebrou o sucesso do teste final do míssil de cruzeiro Burevestnik, que, segundo ele, tinha um "alcance ilimitado" e era capaz de superar praticamente todos os sistemas de interceção.
E na quarta-feira, anunciou o teste de um drone submarino Poseidon, compatível com ogivas nucleares. Após as declarações de Donald Trump, Moscovo esclareceu que se tratavam de testes de armas capazes de transportar ogivas nucleares, e não de bombas nucleares propriamente ditas.
"Esperamos que o presidente Trump tenha sido devidamente informado. Isto não pode ser considerado um teste nuclear", frisou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Leia Também: Guterres opõe-se a testes nucleares e alerta para riscos após anúncio de Trump














