Alemanha quer apoiar reconstrução e analisar questão dos refugiados
- 30/10/2025
"Com a queda da ditadura de [o ex-presidente da Síria, Bashar] al-Assad, o povo sírio entrou numa nova era. Queremos agora ajudá-lo a assumir o futuro do seu país", declarou Johann Wadephul antes da partida para a primeira visita desde que assumiu funções, em maio.
Wadephul acrescentou que deverá reunir-se com o Presidente sírio interino, Ahmad al-Sharaa, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Assaad al-Chaibani.
A antecessora de Wadephul, a ecologista Annalena Baerbock, tinha-se deslocado duas vezes à Síria desde a queda, em dezembro, de Al-Assad.
Os ecologistas perderam as eleições legislativas alemãs de fevereiro e deixaram de integrar a coligação governamental em Berlim.
Em março, Baerbock manteve encontros com Al-Sharaa e Al-Chaibani, tendo recebido pessoalmente as chaves da embaixada alemã, encerrada em 2012 na sequência da guerra civil.
Já em janeiro, visitara o país acompanhada do homólogo francês, Jean-Noel Barrot, numa deslocação realizada sob mandato da UE.
A Alemanha acolheu centenas de milhares de refugiados sírios e afegãos que fugiram da guerra civil nos respetivos países, sobretudo durante a crise migratória de 2015, e muitos deles continuam a viver e a trabalhar em território alemão.
No entanto, o afluxo destes migrantes e os ataques extremistas contribuíram para o crescimento da extrema-direita, levando o atual chanceler conservador alemão, Friedrich Merz, a apertar a política migratória do país.
"Durante a sangrenta guerra civil, mais de um milhão de sírios encontraram refúgio na Alemanha. [...] Alguns ponderam também regressar à Síria para reconstruir o país. Quero igualmente aprofundar esta relação especial entre os nossos países, juntamente com os nossos parceiros na Síria", afirmou Johann Wadephul.
Ahmad al-Sharaa é um antigo dirigente islamita que chegou ao poder após a queda de Al-Assad, deposto por uma coligação de grupos rebeldes extremistas depois de cerca de 14 anos de guerra civil.
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