Agência da ONU de apoio aos palestinianos pede mais fundos
- 14/11/2025
"Estamos a avançar semana a semana, mês a mês. Sei que, até ao momento, conseguiremos pagar os salários de novembro, mas não tenho previsão de como conseguiremos pagar os de dezembro", explicou o chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, durante uma conferência de imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque.
Israel proibiu a UNRWA de operar no seu território após acusar alguns dos seus funcionários de participação no ataque sem precedentes do Hamas em 07 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra em Gaza. Na sequência dessas alegações, os Estados Unidos, historicamente o maior doador da agência, suspenderam o financiamento.
Devido à decisão israelita, a agência viu-se obrigada a repatriar a sua equipa internacional de Gaza e da Cisjordânia, mas, mesmo com as funções de distribuição de alimentos limitadas, a UNRWA continua a empregar 12 mil pessoas nesses territórios, cujo trabalho é essencial para os palestinianos, insistiu Philippe Lazzarini.
"Atualmente, aproximadamente 75 mil pessoas estão alojadas em cerca de uma centena das nossas instalações em toda a Faixa de Gaza. Nos últimos dois anos, realizámos mais de 15 milhões de consultas de cuidados médicos básicos. Hoje, a média ronda as 14 mil por dia", explicou.
A UNRWA estima que o défice projetado entre o último trimestre de 2025 e o primeiro trimestre de 2026 será de aproximadamente 200 milhões de dólares (171,9 milhões de euros).
"Ao contrário dos anos anteriores, as receitas projetadas para o primeiro trimestre de 2026 são muito baixas para absorver o défice significativo de 2025. Sem um influxo significativo de novos recursos, a prestação de serviços essenciais a milhões de refugiados palestinianos na região ficará comprometida", argumentou Lazzarini na manhã de hoje perante uma comissão da Assembleia-Geral da ONU.
Embora o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, tenha assegurado que a UNRWA "não desempenharia nenhum papel" no pós-guerra em Gaza, o chefe da agência da ONU observou que, "desde que o cessar-fogo foi implementado, a agência expandiu e intensificou os seus serviços".
Leia Também: Guterres condena ataque de colonos israelitas a mesquita na Cisjordânia














