Afegão que matou em parque da Alemanha será internado em hospital psiquiátrico
- 30/10/2025
A decisão, anunciada duas semanas depois do início do julgamento, foi tomada pelo juiz presidente do Tribunal Regional Superior da cidade, avançou a porta-voz, Felicitas Behütuns.
O ataque, que teve como alvo um grupo de crianças de um jardim-de-infância que visitava um parque, chocou a Alemanha e mudou o rumo da campanha para as eleições legislativas de fevereiro, deslocando o foco para as questões da imigração.
Tanto a acusação como a defesa do condenado, um cidadão afegão de 28 anos, tinham solicitado o seu internamento num hospital psiquiátrico.
Segundo a rádio regional Bayerischer Rundfunk, a acusação argumentou que o atacante não agiu por motivações extremistas, mas sim num acesso de loucura, assegurando que o homem continuava a representar um "perigo" para o público devido à sua doença mental, dependência de drogas e isolamento social.
O advogado de defesa, nomeado pelo tribunal, indicou, por sua vez, ser improvável que o condenado --- que no início do julgamento alegou estar possuído por "um demónio" na altura dos acontecimentos --- volte a ficar em liberdade, uma vez que as suas hipóteses de recuperação são mínimas.
Um perito psiquiátrico testemunhou ainda durante o julgamento que O. sofre de esquizofrenia paranoide e que "existe uma probabilidade muito, muito elevada de que cometa novos atos agressivos".
Em janeiro, o homem atacou um grupo de crianças que caminhavam com os seus cuidadores e transeuntes que intervieram para as ajudar, utilizando uma faca de cozinha.
O agressor matou um menino marroquino de 02 anos e um alemão de 41 anos que tentou impedir o ataque, tendo ainda ferido gravemente uma menina síria de 02 anos e um alemão de 73 anos.
O caso provocou um terramoto político quando se descobriu que o afegão já tinha estado envolvido em vários incidentes violentos anteriores, tendo, por exemplo, ameaçado mulheres refugiadas com uma faca no mesmo centro onde vivia, e tinha sido internado em instituições psiquiátricas por três vezes.
Depois de ter chegado à Alemanha, em 2022, como requerente de asilo, foi investigado pela polícia mais de 20 vezes por vários crimes e, na altura do ataque, deveria estar preso por multas não pagas, mas a sua detenção foi adiada devido a questões administrativas.
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