Ministro sueco "horrorizado": Filho esteve envolvido com extrema-direita
- 10/07/2025
O ministro da migração da Suécia foi informado há algumas semanas da atividade do filho menor online pelo serviço de segurança sueco, mas só veio a público com a informação depois de um órgão de comunicação local avançar a notícia. Nesse mesmo artigo, era detalhado o envolvimento do filho de Johan Forssell com uma organização violenta neo-nazi.
Nas redes sociais, o ministro justificou a reação tardia como uma tentativa de proteger o filho e, numa entrevista a um canal de televisão sueco, realçou também que não estavam em causa quaisquer crimes.
Mesmo assim, Forssell admitiu estar “chocado” e “horrorizado” com a atividade online do filho e disse detestar todas as formas de extremismo. Apesar de seguir as contas do jovem de 16 anos nas redes sociais, as mesmas que o menor usava para acompanhar ativistas e influencers de extrema-direita, o ministro disse que não estava a par da situação.
Forssell garantiu ainda que o filho está “profundamente arrependido” e que cortou todas as ligações com grupos de extrema-direita.Como pai, ficamos chocados, horrorizados. Tenho um filho de 15 anos, que acabou de fazer 16, profundamente arrependido. Estas atividades terminaram, mas as nossas conversas vão, naturalmente, continuar.A polémica levou a que diversos partidos, nomeadamente da esquerda sueca, pedissem esclarecimentos de Johan Forssell perante o Parlamento, nomeadamente sobre como é que a situação está a ser resolvida e potenciais preocupações de segurança. Para já, o ministro afastou uma demissão do cargo e garantiu que foram seguidos todos os procedimentos de segurança aplicáveis.
O primeiro-ministro sueco reiterou a confiança em Forssell, dizendo que o ministro agiu como um “pai responsável deve agir quando descobre que o filho está a fazer algo de errado”.
Nas redes sociais, Forssell disse esperar que a situação sirva também como um alerta para todos os pais, e questiona quanto realmente sabem sobre a atividade dos filhos online e como protegê-los.
A extrema-direita está presente na Suécia há vários anos, mas tem vindo a ganhar destaque no panorama nacional nos últimos tempos. Nomeadamente, com a subida dos democratas suecos (que têm raízes no neo-nazismo) nas últimas eleições, que fazem parte do apoio parlamentar ao governo atual na Suécia.
Segundo especialistas, o número de grupos de extrema-direita ativos atingiu este ano o valor mais alto desde 2008.
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