Departamento de Estado norte-americano despede mais de 1.300 funcionários
- 11/07/2025
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou que as autoridades tomaram "um passo deliberado para reorganizar o Departamento de Estado de forma a torná-lo mais eficiente e focado".
Rubio, que falou aos jornalistas à margem de uma reunião da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lampur, explicou que com o encerramento de escritórios e departamentos, os cargos destas pessoas deixam de existir, sublinhando que "alguns cargos estão a ser eliminados, não as pessoas".
O Departamento de Estado está a enviar avisos de despedimento a 1.107 funcionários públicos e 246 funcionários do serviço estrangeiro com atribuições nos Estados Unidos, indicou um responsável do Departamento de Estado, que pediu para não ser identificado por falar antes do envio de avisos individuais por e-mail aos funcionários afetados.
Os funcionários do serviço estrangeiro afetados serão imediatamente colocados em licença administrativa durante 120 dias, perdendo formalmente os empregos passado este prazo, de acordo uma nota interna, a que a agência de notícias Associated Press (AP) teve acesso.
Para a maioria dos funcionários públicos afetados, o período para o despedimento é de 60 dias, segundo a mesma nota.
"No âmbito da reorganização departamental (...) o Departamento está a simplificar as operações domésticas para se concentrar nas prioridades diplomáticas", lê-se no documento.
"As reduções de pessoal foram cuidadosamente planeadas para afetar funções não essenciais, escritórios duplicados ou redundantes e escritórios em que se pode obter maior eficiência com a centralização ou consolidação de funções e responsabilidades", diz a nota interna.
Embora elogiados por Trump, Rubio e aliados republicanos, os cortes foram fortemente criticados por atuais e antigos diplomatas.
Parte do corpo diplomático considerou que estas medidas vão enfraquecer a influência dos EUA e a capacidade de combater ameaças existentes e emergentes no estrangeiro.
A Administração Trump tem-se esforçado por reformular a diplomacia norte-americana e reduzir o tamanho do Governo federal, incluindo despedimentos em massa como parte de medidas para desmantelar departamentos inteiros, como a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e o Departamento de Educação.
Uma recente decisão do Supremo Tribunal abriu caminho para o início dos despedimentos, enquanto os processos judiciais que questionam a legalidade dos tribunais continuam em curso.
A Associação do Serviço Externo dos Estados Unidos, o sindicato que representa os diplomatas, instou o Departamento de Estado no mês passado a adiar os cortes dos funcionários.
No final de maio, o Departamento de Estado notificou o Congresso dos Estados Unidos sobre um plano de reorganização atualizado, propondo cortes nos programas, além do divulgado anteriormente por Rubio, e uma redução de 18% no pessoal no país, superior aos 15% inicialmente sugeridos em abril.
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