Choque na Grécia. Mulher matou quatro bebés (duas eram suas filhas)
- 11/07/2025
Na segunda-feira passada, Irini Murtzuka, de 25 anos, foi detida, na Grécia, estando acusada de ter matado quatro bebés, duas das quais suas filhas, e de ter tentado matar uma ex-companheira.
O início dos factos remonta ao ano de 2020, quando a mulher tentou asfixiar uma ex-namorada enquanto esta dormia, tendo a vítima acordado e conseguido escapar, acabando por denunciar o sucedido às autoridades.
Um ano depois, em fevereiro de 2021, morreu uma bebé de seis meses, que estava aos seus cuidados. A autópsia revelou que a criança morreu de pneumonite intersticial e de ataque epilético.
Entre 2021 e 2023, Irini matou as suas própria filhas, relata a ABC. A primeira morreu poucos dias depois de nascer, enquanto a segunda tinha dois meses de vida.
A primeira bebé, detalha a imprensa grega, morreu a 19 de junho de 2022, tendo sido decretada como causa de morte uma pneumonite intersticial. A segunda morreu em 2023, vítima de uma paragem cardíaca no hospital. Acredita-se que antes de conseguir matar esta segunda filha, Irini já tivesse feito várias tentativas.
A mulher foi detida na passada segunda-feira, altura em que se declarou inocente e em que alegou que "estava possuída pelo demónio" e que não se recordava de nada. Já esta quarta-feira, confirmou a autoria das acusações referindo que na sequência de fortes discussões familiares "desconectava-se mentalmente", momento em que cometia os crimes.
Foi nesta ocasião também que terá confessado uma quarta morte: a da sua irmã, em 2016. Irini tinha apenas 14 anos quando asfixiou a irmã de 18 meses, confessando que nunca se esqueceu do barulho que a bebé fez antes de morrer.
Ao todo a polícia confirmou o seu envolvimento em quatro mortes, mas suspeita que Irini esteja envolvida ainda em outras duas. Uma em 2016, quando era menor de idade, e outra em agosto de 2024.
Polícia reabre investigação
Embora os relatórios forenses de todas a crianças que morreram aos cuidados de Irini se referissem a causas patológicas, a polícia viria a pedir novos dados que acabaram por revelar que todas sofreram asfixia.
Na recente investigação, foi necessário recolher depoimentos de quase uma centena de pessoas e efetuar múltiplos exames médicos. A polícia concentrou os seus esforços na deteção de um padrão comum entre os casos. Neste aspeto, foi fundamental estudar a relação da arguida com a sua mãe.
Durante a investigação, conseguiu perceber-se que antes dos homicídios a suspeita tinha-se envolvido em fortes discussões com a sua mãe, levando a polícia a considerar que a relação entre mãe e filha seria preponderante para perceber os motivos das suas ações.
Note-se que Irini tem sido uma presença assídua na TV grega onde surgia por diversas vezes a defender-se e a alegar a sua inocência.
Entretanto, e devido aos erros nas autópsias das vítimas, o governo grego decidiu suspender o serviço de medicina legal do hospital de Patras, responsável pelas autópsias realizadas. De acordo com o ministro da Justiça grego, o objetivo é restaurar a credibilidade da medicina legal numa altura em que “a sociedade está chocada com as contínuas revelações”.
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